Reunião discutiu ações para auxiliar pessoas em situação de rua na Praça da Matriz

Na semana passada, diversos setores da Administração Municipal e segurança pública participaram de uma reunião no Centro Integrado da Cidadania (CIC). O objetivo do encontro foi discutir e definir ações para auxiliar as pessoas em situação de rua que se reúnem na Praça da Matriz, o que gera reclamações da comunidade. O encontro foi coordenado pelo secretário de Ação Social e Comunitária, Paulo Cesar Trindade Garcia, o qual ressaltou que a situação não está vinculada apenas a uma secretaria, mas é uma questão de saúde pública, que abrange diversas áreas e setores.

Durante a reunião, foi ressaltado que a maioria das pessoas que se encontram na Praça da Matriz não são “moradores de rua”, mas pessoas em situação de rua. A maioria possui familiares que residem no município e teriam um local para morar, porém optaram viver fora de suas casas devido a dependência química. “Eles sabem que enquanto estiverem junto de suas famílias terão que obedecer regras, abandonar vícios e isso acaba fazendo com que escolham sair de suas casas para morar na rua, onde supostamente terão mais liberdade”, destacou a coordenadora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), a assistente social Valéria Castro.  Ela também ressaltou que o objetivo é reintegrá-los a sociedade, oferecendo suporte no tratamento de dependência química e no reestabelecimento de vínculos familiares quando estes existirem.  

ATENDIMENTO

A assistente social do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas (AD), Claudia Oliveira ressaltou que a maioria das pessoas que estão em situação de rua na Praça da Matriz possuem cadastro no centro, já receberam atendimento e acabaram por desistir do tratamento. “Além de oferecermos os atendimentos adequados, precisamos da vontade do paciente de buscar esse tratamento. É um processo difícil, muitas famílias nos procuram para tentar esse resgate, mas precisamos que o paciente queira participar”.

O CAPS AD atende mensalmente 293 pacientes. O centro oferece diversos serviços, como atendimento médico, oficina de horta e jardinagem, grupo de conversa, grupo de mulheres, grupo compartilhar, reuniões de equipe, visitas domiciliares, entrega de medicamentos e atendimento psicológico. A assistente social Claudia Oliveira informou que o CAPS AD também encaminha os pacientes para internações voluntárias e compulsórias com o objetivo de desintoxicação, o que dura em média um mês. Após esse período, o paciente recebe alta e deve seguir com o tratamento. O centro também realiza o encaminhamento para comunidades terapêuticas, as quais não aceitam pacientes em internação compulsória (segundo estabelece a lei).  

O dependente químico em tratamento, Fábio R., o qual foi convidado para participar da reunião, ressaltou que o processo de tratamento é árduo. “A dependência química é uma doença. A pessoa passa pelo tratamento, mas não existem garantias que estará curada. Um dia você está bem, no outro pode acabar perdendo o controle. Por isso acredito serem importantes discussões como essa, visando a recuperação e reinserção na sociedade, o que também não é uma tarefa fácil”.

SEGURANÇA

A reunião também contou com a participação do Tenente Miranda, do 14º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o qual ressaltou que os policiais realizam com frequência a abordagem das pessoas que se fixaram na Praça da Matriz. Nessas ações, algumas das pessoas abordadas são de outras cidades que vieram para o município. Também foi constatado que alguns possuem antecedentes criminais.

Tenente Miranda solicitou a comunidade que registre boletins de ocorrência em casos de contravenções cometidas por estas pessoas. A ação é importante para o levantamento de informações sobre a situação para que sejam tomadas as medidas cabíveis. O grupo de trabalho também solicita a comunidade que não dê dinheiro para as pessoas em situação de rua. O ato acaba dificultando o processo de recuperação.  

AÇÕES

O próximo passo do grupo de trabalho para definir ações de apoio será o recadastramento de todos os ocupantes da Praça da Matriz. Com esses dados, será possível averiguar a situação de cada um (alguns recebem benefícios devido problemas de saúde) e entrar em contato com as famílias.  A próxima reunião do grupo de trabalho será realizada na sexta-feira, dia 13 de abril, para definir o plano e o cronograma de ações.  

A reunião também contou com a participação do então secretário da Administração, Alex Nunes; do assessor jurídico, Lucas Adams Wesz; do advogado Renato Moraes de Oliveira; da representante da Secretaria de Saúde, Vania Andrade; da psicóloga do CREAS, Lara Remus; do responsável pela Praça da Matriz, Renê Pereira; da assistente social da Secretaria de Ação Social, Ana Fontela e da assessora da pasta, Jaqueline Saratt.

Assessoria de Imprensa da Prefeitura de São Luiz Gonzaga