Saúde ressalta importância das ações contra a coqueluche

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de alta transmissibilidade, de distribuição universal, imunoprevenível, de transmissão respiratória, considerada como uma importante causa de mortalidade infantil. A doença compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e se caracteriza por crises de tosse seca. Em lactentes, pode resultar em um número elevado de complicações e até em morte.

No Brasil, no período entre 2012 e 2022, foram notificados 107.432 casos suspeitos de coqueluche, com 30% (31.205) dos casos confirmados. Entre eles, os menores de um ano de idade representam 60% (18.375 pacientes) dos casos e, destes, 89% (16.347) concentram-se nos menores de seis meses de idade. A Secretaria Municipal de Saúde salienta que esses pacientes não completaram o esquema vacinal, o que torna maior suscetibilidade à doença.

Esquema Vacinal para crianças: são três doses da vacina Penta aos 2, 4 e 6 meses de idade, e dois reforços de DTP, um aos 15 meses e outro aos 4 anos de idade. Vae destacar que existe alerta global para o aumento de casos de coqueluche em países da Ásia e Europa. Na América do Sul, a Bolívia apresenta números elevados da doença. Algumas situações sinalizam de que situação semelhante possa ocorrer no Brasil dentro de pouco tempo, uma vez que, desde 2016, o país vem registrando queda nas coberturas vacinais em menores de um ano de vida, somado às lacunas que permeiam a vigilância e diagnóstico clínico da doença.

“É sabido que a principal forma de prevenção da doença é a vacinação e que a imunidade conferida pela vacina não é permanente. Além disso, é importante informar que o grupo de maior risco de morbimortalidade são os menores de um ano de idade e que as gestantes constituem um dos grupos prioritários para vacinação”, destaca a enfermeira Águeda Balbé, coordenadora do Centro de Saúde de São Luiz Gonzaga.

Segundo ela, no intuito de reduzir o risco potencial de transmissão da coqueluche a estes grupos, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) amplia a indicação de uso da vacina dTpa [vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular)] tipo adulto, em caráter excepcional, para: 

  1. a) Trabalhadores da Saúde que atuam nos serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com o atendimento em: Ginecologia e obstetrícia, parto e Pós parto imediato, incluindo as Casas de Parto, UTI, Unidade de Cuidados intensivo (UCI) neonatal convencional, UCI Canguru entre outros, Berçários e Pediatria . 

 

  1. b) Profissionais que atuam como Doula, acompanhando a gestante durante o período de gravidez, parto e período pós-parto; 

 

  1. c) Trabalhadores que atuam em berçários e creches, com atendimento de crianças até 4 anos de idade. 

A administração, em caráter excepcional, da vacina dTpa nos públicos supracitados, deverá considerar o histórico vacinal da pessoa.