A eficácia do aquecimento de soros para os pacientes

  • A Secretaria Municipal da Saúde informa quanto aos benefícios do aquecimento de soro para aplicação em pacientes e no processo de cicatrização

    Assunto: Secretaria de Saúde  |   Publicado em: 12/05/2014 às 15:09   |   Imprimir

A utilização das caixas de aquecimento de soro, através de estufas com lâmpadas incandescentes, é um recurso utilizado para melhorias na eficiência de tratamento para a comunidade. Segundo a enfermeira Águeda Martins Balbé representante do COREN e lotada na Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), a utilização das estufas com lâmpadas para aquecimento foi sugerida em 2008, em curso promovido pelo Conselho Regional de Enfermagem - COREN. Na época, o curso de capacitação, direcionado aos trabalhadores da Saúde, tratou sobre o tratamento de feridas, quando, na oportunidade, foram apresentadas as caixas de aquecimento de soro e sua eficiência.
AQUECIMENTO DE SOROS - De acordo com a enfermeira da SEMSA, "é sabido que a divisão celular no organismo humano ocorre à temperatura fisiológica de 37°C. Por conta disso, a ferida, após a limpeza, demanda de 30 a 40 minutos para retornar a essa temperatura e de três a quatro horas para atingir a velocidade normal de divisão celular. Portanto, para preservar o processo celular, é importante manter a temperatura em torno de 37°C, o que exige o uso de solução salina isotônica aquecida, para se evitar a redução no leito da ferida", salienta Águeda.
TRÊS MANEIRAS DE AQUECIMENTO - Palestrante no curso de capacitação em 2008, a perita em Estomatologia e Tratamento de Feridas nomeada pelo COREN e membro do Grupo Técnico de Curativos da Prefeitura de Porto Alegre, Ana Cristina Beust da Silva, explanou aos profissionais da Saúde presentes no curso de que existem diferentes maneiras de aquecer soro para tratamento de feridas. Segundo a enfermeira Ana, "não existe na literatura consenso quanto à melhor maneira de aquecer o soro, uma vez que, em nosso país, as estufas de temperatura controlada e os sistemas de aquecimento de fluídos são ainda inacessíveis à maioria das instituições. Portanto, podemos citar que são utilizadas as estufas secas, microondas e as caixas com lâmpada incandescente, estas últimas também conhecidas como chocadeiras, sistema este que é utilizado em vários locais, como no Hospital Conceição, em Porto Alegre", ressalta.
MICROONDAS - Sobre o sistema das "chocadeiras", Ana salienta que embora sejam utilizados microondas em algumas instituições, como no HPS em Porto Alegre, o seu uso não implica em controle absoluto da temperatura no soro que será aplicado nas feridas. O aquecimento com microondas, desta forma, é utilizado em casos de emergência, onde é necessária a rapidez de aquecimento do soro para sua aplicação imediata nas salas de emergência.
BANHO-MARIA - Outro sistema utilizado ainda em algumas instituições é o banho-maria, no qual os soros são imersos em água quente. Porém, esta técnica foi proibida pela ANVISA, devido ao fato de que, como o sistema é desenvolvido em meio úmido, este procedimento favorece a proliferação de bactérias, além de ser um processo demorado de aquecimento.
EFICIÊNCIA DAS CHOCADEIRAS - Segundo Águeda, a SEMSA conta hoje com 10 caixas chocadeiras em funcionamento. Além de seu aquecimento ser gradativo, com a utilização de lâmpada de 60 watts, o controle da temperatura é mais eficaz que um forno microondas, onde a temperatura é constante, além do risco de comprometer as embalagens: "portanto, o sistema das caixas de aquecimento, além de mais econômico, oferece melhor eficácia no controle da temperatura dos soros, além de ser um sistema que é utilizado em outras instituições, como o Hospital Conceição, e conta com o aval do COREN quanto à sua utilização, custo-benefício, e, principalmente, bem estar dos pacientes da rede de saúde do município", finaliza a enfermeira.